O povo diz que o ano só começa, de verdade, após o carnaval. Mas quando no carnaval?
O ano começa na virada da sexta para o sábado de carnaval e temos uma grande festa de 4, 5 dias em sua homenagem? Ou ano começa hoje, na quarta de cinzas, com a ressaca do fechamento de uma longa festa para iniciarmos um período de purga e autossacrifício?
A escolha desse início determina como você vai encarar o ano vindouro. Eu, como acredito a maioria, tendo a crer, do alto do meu masoquismo, que começa hoje. Inclusive comecei essa quarta de cinzas com o mesmo cardápio de café da manhã do primeiro de janeiro: bagel com cream chesse, cebola e salmão defumado. Então, pra mim, hoje começa um ano de labuta e dificuldade, mas com um menu caprichado. O que mais posso pedir?
E você? Como está começando o seu ano?
Intervalo
Se o ano não começa de verdade até o carnaval, o período entre o Réveillon e a quarta de cinzas seria então uma espécie de intervalo, um limbo temporal onde você exercitaria versões do seu ano até se decidir por aquela que vai ser a de fato. Eu sei que fiz as minhas tentativas.
Fiz um workshop de meditação transcendental e até que estou levando a prática direitinho; voltei a escrever críticas para o Cinema para Sempre; continuo no projeto Toranja; me meti novamente a fazer o #the100dayproject; tenho publicado umas crônicas; e, buscando evitar as redes sociais, voltei a blogar como se fosse 1999.
Algumas tentativas, em especial as que envolvem parcerias, estão demorando pra engrenar e aos amigos envolvidos nesses projetos peço um pouco de paciência. Vocês sabem como eu sou. Sempre tentando abraçar o mundo com as pernas. E isso é um problema.
Por mais que eu ache que vou ter tempo pra tudo, eu não tenho. E aí eu fico num estado de constante desespero para terminar as coisas que comecei e por pensar obsessivamente naquelas que não consegui começar.
Por isso, uma das coisas que quero, não, melhor, preciso fazer é priorizar. Preciso definir o que merece meu tempo e o que não merece. E isso inclui essa newsletter.
Sinceramente, depois de 3 anos escrevendo essa versão (que já teve 50 edições, 2 endereços, e 3 nomes diferentes), estou começando a me questionar se ela merece o meu tempo.
Sim, durante a quarentena, ela teve sua razão de ser e sei que para muitos foi uma espécie de linha de segurança onde a gente podia se agarrar pra se sentir um pouco menos sozinho. Mas, hoje em dia, não sei o uso que ela tem pra vocês.
No início ela era apenas enviada a um grupo de amigos próximos e hoje temos uma mistura de velhos amigos, novos amigos, e algumas pessoas que não sei quem são e eu até gostaria de conhecer melhor. Um desses antigos e caros amigos, inclusive, veio me questionar se não estava me expondo demais sem ter um retorno emocional do mesmo nível. Confesso que essa observação realmente me fez refletir sobre a razão de ser dessa forma de comunicação, apesar de acreditar, como Nora Ephron, que “everything is copy”.
Então, pra saber o que devo fazer com essa newsletter vou pedir a sua ajuda. Responda, por favor, a pesquisa abaixo e me tire desse conflito existencial.
Ansioso para saber o seu veredito.
No mais, é isso.
Abraços, e um feliz ano novo, agora pra valer.
Lisandro Gaertner
Comecei o ano tomando um bom café preto, comendo frutas frescas e banana da terra cozida na airfrier. Isso tudo enquanto lia Lavoura Arcaica, no silêncio gostoso da manhã. Ah! E não faltei na academia, num começo de ano e numa quarta de cinzas. Clap clap, toddy parabéns. :)
vou responder a pesquisa.
beijo